Em Pernambuco, em 2023 foram diagnosticados 15 casos para hepatite A, 366 para o tipo B e 304 para o vírus do tipo C
Doenças relacionadas à cirrose hepática, câncer de fígado e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), as hepatites virais são tema de abordagem preventiva e ações de promoção à saúde neste mês, denominado de Julho Amarelo. As hepatites virais são infecções que possuem algumas diferenças entre elas, tanto relacionada à sintomatologia quanto à forma de contaminação. Em Pernambuco, em 2023 foram diagnosticados 15 casos para hepatite A, 366 para o tipo B e 304 para o vírus do tipo C. Os três tipos da doença sofreram um leve aumento em relação ao ano anterior: hepatite A (12), B (335) e C (231). No próximo dia 28 de julho celebra-se o Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais, data criada pela OMS.
“A OMS propôs aos países a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública até 2030. As hepatites virais são infecções que podem ser causadas pelos vírus A, B, C, as mais comuns e as hepatites D e E, as menos comuns no nosso estado. Consistem em infecções relacionadas às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), cirrose hepática e câncer de fígado, sendo ainda grande responsável por óbitos em todo o mundo. Em Pernambuco, no ano passado, foram confirmados 7 óbitos por hepatite A, 13 por hepatite B e outros 18 pelo vírus C. No ano anterior, esses números sofreram oscilações, sendo dois hepatite A, 15 para B e 19 para C”, destaca o diretor geral de Vigilância Epidemiológica, Lucas Caheté.
A hepatite A é transmitida após a ingestão de água e alimentos contaminados. Ela é caracterizada por ser uma doença com evolução benigna, de progressão aguda, onde as pessoas apresentam um quadro sintomático mais agudo, além de também possuir a possibilidade de transmissão via relações sexuais (oral e anal).
Diferentemente do vírus tipo A, a hepatite B é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o que significa que as relações sexuais desprotegidas podem transmitir a doença.
A transmissão vertical (materno-infantil) também é uma das causas de disseminação desses vírus. Em relação a esta forma de transmissão, no estado, foram confirmados 1 caso para hepatite B e outro para o tipo C em 2023. Já no ano de 2022, foram quatro casos para hepatite B e dois para hepatite C.
As hepatites A e B possuem em comum uma importante forma de prevenção: a vacina. O imunobiológico para hepatite A é aplicado em crianças com idades entre 15 meses e menores de 5 anos. Sua utilização é em dose única. Já para prevenção contra hepatite B, o indicado é a aplicação em três doses para qualquer pessoa que não tenha registro de doses em histórico vacinal.
Para as crianças, a proteção deve ser iniciada nas primeiras 24h de vida, com a vacina contra a Hepatite B. Posteriormente, a criança recebe mais três doses da vacina pentavalente, iniciando o esquema vacinal com 2 meses, depois aos 4 meses e por último aos 6 meses de idade, quando finalmente concluir o esquema vacinal para proteção ou prevenção contra hepatite B.
Infecção provocada pelo vírus C da hepatite, sua transmissão se dá por meio do contato com sangue infectado, podendo também ser transmitida durante as relações sexuais desprotegidas.
A hepatite D ocorre somente em pacientes infectados pelo tipo B. Sendo assim, a vacina da hepatite B protege do vírus D. Já a hepatite E é transmitida por via digestiva, ou seja, fecal-oral, por isso, as boas condições de higiene e saneamento básico são essenciais para prevenir esse tipo de vírus.
Testagem – A população pode fazer a testagem das IST de rotina em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e por meio de parcerias com organizações da sociedade civil. Atualmente há 33 Centros no Estado, sob a responsabilidade das gestões municipais de saúde. Os CTAs também estão localizados nas cidades-sede da Gerência Regional de Saúde (Geres).
Cobertura vacinal – Atualmente a cobertura vacinal em Pernambuco para as hepatites se apresenta da seguinte forma: Hepatite A (73,25%) e Hepatite B (73,09 em recém-nascidos e 80,07% em menores de 1 ano de idade).